- Marcos Santos, Ph.D
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Testes moleculares devem ser feitos após a punção aspirativa de agulha fina (PAAF)
A jornada do paciente com nódulo na tireoide muitas vezes passa pela realização da PAAF. O médico responsável (normalmente o endocrinologista ou o cirurgião de cabeça e pescoço) pode indicar a biópsia depois de algumas características do nódulo vistas no ultrassom que despertam suspeita. A PAAF é um exame importante para a análise mais detalhada da situação do nódulo. Após a punção feita, ela é classificada de forma padronizada conforme o sistema de Bethesda (1). A classificação varia conforme as características das células do nódulo, podendo ser classificada de I a VI, da seguinte maneira: I – Amostra não diagnóstica (insuficiente)
II – Benigno
III – Atipias de significado indeterminado / lesão folicular de significado indeterminado
IV – Suspeito de neoplasia folicular – indeterminado
V – Suspeito de malignidade
VI – Maligno
É nesse momento que os testes moleculares podem ajudar. A classificação III e IV de Bethesda é nomeada de indeterminada, ou seja, as características da punção não deixam claras se aquele nódulo é benigno ou maligno, deixando um espaço de dúvidas e incertezas sobre aquele nódulo. O procedimento padrão, ainda mais se tratando de um possível tumor, é a retirada do nódulo via cirurgia. Porém, cerca de 80% dos casos a análise feita no nódulo após a retirada da tireoide mostra que o nódulo era benigno (2) e aquela cirurgia não era necessária, e é nessa situação que exame mir-THYpe®️ full pode ajudar.
Como funciona o teste molecular mir-THYpe®️ full?
O nódulo é uma massa de células de crescimento anormal. O teste molecular avalia se existe alguma característica molecular (“genética”) nas células deste nódulo que indique se ele é possivelmente maligno ou benigno. Isso somente é possível graças a técnicas de Biologia Molecular com sofisticadas análises de Inteligência Artificial.
Com esse algoritmo, o teste molecular consegue reclassificar o nódulo que originalmente era indeterminado em positivo ou negativo para malignidade com uma alta sensibilidade e especificidade, proporcionando um diagnóstico mais preciso, evitando cirurgias e auxiliando no sentimento de incerteza que muitos pacientes sentem quando recebem o resultado de nódulo indeterminado (Bethesda III ou IV).
O que fazer quando o nódulo é reclassificado em potencialmente maligno?
Já são conhecidos na literatura alguns marcadores moleculares específicos que sugerem que os nódulos têm o potencial de ser mais ou menos agressivos. São chamados de marcadores prognósticos (3, 4). O mir-THYpe®️ full também analisa esses marcadores. Então caso o exame aponte que o nódulo seja potencialmente maligno, o teste também mostrará se ele possui algum desses marcadores de agressividade ou urgência cirúrgica, e a partir disso o médico tem uma perspectiva mais precisa e personalizada de cada paciente e da cirurgia, como ela precisa ser feita e com que urgência.
A PAAF foi classificada em Bethesda V ou VI, os testes moleculares conseguem me ajudar nesse caso?
Sim, os testes moleculares que avaliam os marcadores tumorais de agressividade, urgência e extensão cirúrgica podem ser usados para o médico ter uma interpretação melhor do caso daquele paciente e proporcionar uma cirurgia mais personalizada.
A Onkos, pensando nesses casos, criou o mir-THYpe®️ pre-op, cuja finalidade é avaliar os marcadores genéticos de nódulos com indicação cirúrgica (Bethesda V ou VI), para entender se aquele nódulo é mais agressivo, se precisará de uma cirurgia mais ampla, ou seja, oferecer suporte para uma tomada de decisão mais personalizada ao médico nesse momento delicado do paciente.
Mas os dois exames fazem a mesma coisa?
Não, o mir-THYpe®️ full é indicado para nódulos Bethesda III ou IV, pois ele possibilita a reclassificação do nódulo classificado como indeterminado em potencialmente benigno ou maligno, e também analisa os marcadores prognósticos, ou seja, os marcadores de agressividade e de urgência cirúrgica.
O mir-THYpe®️ pre-op é indicado para nódulos Bethesda V ou VI, que possuem indicação cirúrgica, pois ele possui somente a parte dos marcadores prognósticos, visto que a cirurgia já será realizada, logo o paciente não precisa da reclassificação diagnóstica do nódulo. Com isso, ele proporciona o suporte ao médico para realizar uma cirurgia mais personalizada para cada paciente!
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Referências:
- The 2017 Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology | Thyroid- https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/thy.2017.0500
- Bongiovanni M, et al. 2012 Acta Cytologica
- Haugen BR, et al., 2016 2015 American Thyroid Association Management Guidelines for Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer: the American Thyroid Association Guidelines Task Force on Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer. Thyroid 26: 1–1333
- Bittar GC, et al., 2019 Painel sérico de microRNAs (MiRs) como método diagnóstico e prognóstico em pacientes com nódulos de Tireoide. Arch Endocrinol Metab 63 (Sup) Abst PT.170